sexta-feira, 29 de março de 2013


Prezados, 

     abaixo segue as justificativas das respostas dadas no gabarito anteriormente colocado. Espero que possa ser da serventia de vocês.
        Forte abraço!

Fernando Parente



GABARITO DE PENAL E PROCESSO PENAL TJDFT – TÉCNICO

De acordo com o Código Penal, considera-se praticado o crime no momento em que ocorreu seu resultado.
            Errado.
            Justificativa: segundo o art. 4º do CP “Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.”.
Considera-se crime toda ação ou omissão típica, antijurídica e culpável.
            Correto.
            Justificativa: teoria tripartíde do crime, do final do século XIX, iniciada por Luden e sistematizada por Von Liszt e Beling, adotada pelo ordenamento jurídico brasileiro e em todo o continente europeu.[1]
Em relação à menoridade penal, o Código Penal adotou critério puramente biológico, considerando penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos de idade, ainda que cabalmente demonstrado que entendam o caráter ilícito de seus atos.
            Correto.
            Justificativa: art. 27 do CP.
Aquele que se utiliza de menor de dezoito anos de idade para a prática de crime é considerado seu autor mediato.
            Errado.
            Justificativa: é seu autor imediato, e não mediato. O menor é mero instrumento do fim almejado.
Se determinada pessoa, querendo chegar rapidamente ao aeroporto, oferecer pomposa gorjeta a um taxista para que este dirija em velocidade acima da permitida e, em razão disso, o taxista atropelar e, consequentemente, matar uma pessoa, a pessoa que oferecer a gorjeta participará de crime culposo.
            Errado.
            Justificativa: Não existe participação culposa. A conduta ilícita foi praticada pelo taxista por sua livre e espontânea vontade. Não havia, por parte de quem ofereceu a gorjeta, intuito ilícito. O taxista, por sua vez, incorreu em imperícia, eis que motorista profissional, e tal modalidade de culpa não pode ser imputada a quem não exerce arte, profissão ou ofício.
A anistia representa o esquecimento do crime, afastando a punição por fatos considerados delituosos, e constitui ato privativo do presidente da República.
            Errado.
            Justificativa: anistia é ato privativo do Poder Legislativo (art. 21, inciso XVII c/c art. 48, inciso VIII). Ao Presidente da República somente compete a graça ou induto.
Não é possível a concessão de anistia, graça ou indulto àquela que tenham praticado crimes hediondos.
            Certo.
            Justificativa: Art. 2º, inciso I, da Lei nº 8.072/90, que o Supremo Tribunal Federal considerou constitucional por ocasião do julgamento da ADI 2795 MC/DF.
As causas de extinção da punibilidade, como a prescrição, a morte do autor do fato e a decadência do direito de queixa, podem ser reconhecidas de ofício pelo juiz.
            Certo.
            Justificativa: pois são questão de ordem pública que atingem o próprio jus puniendi, razão pela qual são prejudiciais do mérito.
Considere que Carlos tenha ameaçado seu amigo Maurício de mal injusto e grave, razão por que Maurício, na delegacia de polícia, representou contra ele. Nessa situação hipotética, sendo o crime de ação penal pública condicionada, se assim desejar, Maurício poderá retratar a representação até o oferecimento da denúncia pelo MP.
            Certo.
            Justificativa: art. 102 do CP.
Em processo penal, ninguém poderá ser forçado a produzir prova contra si mesmo. Por outro lado, a recusa em fazê-lo pode acarretar presunção de culpabilidade pelo crime.
            Errado.
            Justificativa: art. 5º, inciso LXIII, da CF/88 e art. 186, parágrafo único do CPP c/c art. 5º, inciso LVII, da CF/88.
Na hipótese de o MP arquivar os autos de um inquérito policial, poderá o ofendido ajuizar ação penal privada subsidiária da pública.
            Errado.
Justificativa: Não pode a vítima ou seu representante legal querer ajuizar ação penal porque o Parquet pediu o arquivamento do procedimento inquisitorial, ainda mais sendo a ação penal de iniciativa pública. Isso devido à diferença entre apresentar queixa por ausência de agir do Ministério Público (artigo 5º, inciso LIX, da Constituição Federal e nos artigos 100, § 3º, do Código Penal e 29 do Código de Processo Penal) e apresentar por agir em contrariedade ao interesse da vítima.

O condenado pela prática do crime de estupro que recorrer da sentença penal condenatória não poderá ser considerado culpado da infração enquanto não transitar em julgado sua condenação.
            Correto.
            Justificativa: art. 5º, inciso LVII, da CF/88 e HC 84.078, Rel. Min. Relator Eros Grau.
Caso, em se interrogatório, o acusado afirme que sua defesa será patrocinada por advogado particular, n ao haverá necessidade de o defensor apresentar o instrumento de mandato.
            Correto.
            Justificativa: A nomeação de defensor em audiência e constante tal informação em Ata supre a necessidade do instrumento procuratório.
Se o acusado, devidamente intimado, não comparecer ao interrogatório, poderá ser conduzido coercitivamente por ordem do juiz.
            Errado.
            Justificativa: interrogatório é ato de defesa e, portanto, o acusado pode dele não participar ou mesmo se silenciar (art. 186, caput, do CPP). Pode, eventualmente, vir a ter decretada prisão preventiva com base no art. 312 do CPP devido à conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal.
Nos crimes de ação pública, não poderá o ofendido intervir no processo na qualidade de assistente, já que a titularidade é do MP.
            Errado.
            Justificativa: é possível a atuação do ofendido ou de seu representante legal na qualidade de assistente de acusação, conforme art. 268 do CPP.
Em processo penal, se verificar que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de justiça deverá certificar a ocorrência e proceder à citação com hora certa.
            Correto.
            Justificativa: art. 362 do CPP assim permite.
O réu citado por edital é considerado foragido, impondo-se a decretação de sua prisão preventiva.
            Errado.
            Justificativa: não há regra que assim determine. O caso concreto é que irá dizer. A prisão preventiva pode ser decretada nas hipóteses dos arts. 312 e 313 do CPP.
Configura-se constrangimento ilegal contra o réu solto o fato de não se proferir a sentença penal no prazo de dez dias contados do dia da conclusão do julgamento
            Errado.
            Justificativa: não há constrangimento ilegal, pois sua liberdade não está cerceada face a ele encontrar-se em liberdade, bem como resta obedecida a garantia fundamental de razoável duração do processo.
Na contagem dos prazos em processo penal, não se computa o dia do seu começo, computando-se, porém, o do vencimento.
            Certo.
            Justificativa: art. 798. § 1º, do CPP.


[1] BITENCOURT, Cezar Roberto, op. cit, págs. 210/211.

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